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Carros usados; o mercado passa pelo melhor momento da história

Com a falta dos componentes necessários para a fabricação de carros novos, os modelos de carros usados se valorizaram, seus preços subiram 20% em apenas um ano e as vendas dispararam.  Continue lendo nosso post e saiba mais!

Carros usados; o mercado passa pelo melhor momento da história
Fonte: Google

As compras e vendas de carros usados tiveram um boom repentino neste ano, consumindo espaço dos modelos novos que não encontramos nas lojas e concessionárias devido a falta dos chips necessários para a produção dos veículos. Com a alta demanda, existe uma escalada de preços que não era vista desde os anos de 1980, durante o Plano Cruzado. A valorização dos modelos usados chegou a 20% em 12 meses; o normal é que um veículo perca entre 15% e 20% do seu valor após o uso.

Embora o setor já esteja registrando a falta de produtos e matéria prima, as vendas até o mês de agosto foram recordes, com 1,59 milhões de veículos e comerciais leves. Tal número é 48,8% superior ao ano passado, 2020, um dos piores anos para o segmento automobilístico por conta da pandemia; porém, também ficou 6,6% acima dos 7,12 milhões de carros usados vendidos no mesmo período do ano anterior, 2019.

Carros usados chegam a custar mais do que um 0km

Você já imaginou vender um carro que foi usado por um ano por um valor melhor do que aquele pago no momento da compra? Pois é, ninguém pensa nisso. Na verdade, isso é um acontecimento inédito durante um momento de estabilidade econômica. Analistas acreditam que a alta procura e a valorização dos preços dos carros usados se devem, em parte, ao fato da pronta entrega fornecida ao consumidor.

Além disso, a diretora-geral da Cox Automotive do Brasil, dona da KBB, Ana Navas, diz que a falta de veículos novos ao alcance do consumidor reduz a oferta de usados, visto que geralmente eles formam o pagamento do zero. Ela ainda explica que com menor quantidade de veículos seminovos e usados disponíveis nas concessionárias, a pressão sobre os preços aumenta ainda mais.

A preocupação é que essa situação de crise dos semicondutores permaneça no mercado para além dos primeiros seis meses de 2022, ou então se agrave dentro de curto e médio prazos. Caso isso aconteça, os preços podem ser pressionados ainda mais, talvez chegando ao ponto de a demanda pelos carros usados diminuírem.

No próximo ano a venda dos carros usados deve diminuir

Alguns economistas e entidades de classe do setor de veículos preveem que no próximo ano o mercado de carros usados cresça de uma forma mais tranquila, em um ritmo mais moderado. Enquanto isso, o mercado de carros novos deverá ter um desempenho melhor. Mas, também existe a expectativa de que a falta de semicondutores já esteja controlada no segundo semestre.

Já pelo banco Bradesco, a previsão é que aumente 2,5 pontos percentuais na venda dos carros usados, somando 12 milhões de unidades; e um aumento de 7,5 pontos percentuais para os carros novos, para 2,2 milhões de unidades. Ainda, o economista do setor de pesquisas e estudos econômicos do banco, Renan Bassoli Diniz, afirma que existe demanda, mas no primeiro semestre de 2022 a oferta permanecerá prejudicada.

Bassoli ainda afirma que o mercado de carros novos perdeu seu melhor momento, onde ele poderia se recuperar mais rapidamente e voltar ao nível que se encontrava pré-pandemia, quando houveram estímulos financeiros vindos do governo à população e as taxas de juros estavam menores. No próximo ano, os estímulos serão menores, os juros maiores; e ainda, temos o período de volatilidade eleitoral e estima-se que a alta do PIB seja menor do que a deste ano.

Cenário inédito nos últimos anos

Carros usados; o mercado passa pelo melhor momento da história
Fonte: Google

Nos dias de hoje, conseguimos vender um carro usado (com até um ano de uso) por um preço melhor do que o pago no momento da compra. O presidente da Webmotors, maior site de compra e venda de veículos do Brasil, Eduardo Jurcevic, afirma ter visto algo parecido somente na época da hiperinflação; isso por volta dos anos 80 e 90, onde a inflação galopante alcançou 80% ao mês – isso mesmo, AO MÊS.

Por exemplo, em apenas um ano, o Gol e o T-Cross, da Volkswagen, valorizaram cerca de 24% e 27%, respectivamente, conforme dados divulgados pela KBB Brasil. Alguns modelos mais novos possuem fila de espera de mais de cinco meses, mais um motivo que leva os consumidores a procurar veículos usados, já que os mesmos são à pronta entrega. No próximo tópico trataremos justamente sobre esse fator negativo, continue conosco!

Prazo de entrega longo pode ser um ponto negativo

Pense comigo, se você utiliza o seu carro no dia a dia, tem uma pessoa cadeirante na família, ou depende do veículo para seu sustento, você aceitaria esperar quatro ou seis meses para receber o veículo? Acredito que não, né? Esse é o caso de José Cândido, um gerente de logística de 44 anos. O mesmo desistiu de comprar um JAC T50 0km pelo tempo que teria que aguardar para recebe-lo. Então, devido ao prazo extenso, José optou por um modelo de carro usado.

Além disso, com essa situação, os pátios das montadoras e revendas de veículos contam com estoque de carros novos para apenas 13 dias de vendas; esse é o menor índice da história do setor. Em outro cenário, o estoque considerado balanceado pelo setor é de, no mínimo, 30 dias. Números bem diferentes que mostram realmente um momento ruim para o segmento.

Então, vamos aos fatos: estamos vivendo uma nova geração de veículos e o consumidor brasileiro não tem muitas opções para adquirir um modelo mais popular. Por exemplo, os carros mais baratos estão chegando a R$50 mil. Mas, não podemos negar que as mudanças foram boas; essa nova geração conta com mais conectividade, mais segurança e eficiência energética, mas os preços também estão três vezes maiores do que alguns anos atrás.

Concluindo

Após análise, especialistas do ramo acreditam que o mercado de carros usados deve fechar 2021 com mais de 11 milhões de automóveis vendidos; ou seja, confirmando que este deve ser o melhor resultado de toda a história do setor. Antes da pandemia do novo coronavírus, o mais comum era trocar um usado por um novo e fazer o repasse a lojistas. No entanto, nos últimos tempos, a maioria das revendas procura carros seminovos para impulsionar os negócios.

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Formada em direito, redatora há cerca de 3 anos, apurando e escrevendo sobre investimentos, produtos, serviços e educação financeira.