Visando lucro, o mundo mágico da Disney aumenta preços e prioriza elite que gasta uma grana alta em parques. Saiba mais aqui sobre o assunto!
Se você é fã da Disney, e tem o sonho de conhecer seus parques mágicos, trago notícias – boas e também más. Olhando pelo lado negativo, frequentar os parques do mundo mágico nunca esteve tão caro. Por outro lado, podemos afirmar que o número de visitantes é bem inferior ao que era antes da pandemia; o que faz com que sua experiência seja ainda melhor.
Vale destacar que, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o aumento dos preços não está relacionado apenas ao aumento da moeda americana frente a moeda brasileira. Mesmo os americanos estão reclamando que os parques da Disney estão ficando cada vez mais inviáveis pelos preços até mesmo para aqueles que recebem em dólar.
Inflação nos EUA influenciou no reajuste da Disney?
Sim, a inflação está subindo em todo o mundo, incluindo os EUA. Mas as vendas nos parques, experiências e produtos atingiram um recorde de US$7,4 bilhões no último trimestre. Um aumento de 70% frente ao mesmo período do ano passado. A unidade registrou US$2,2 bilhões de lucro no período, acima dos US$356 milhões do último ano. Os resultados são ainda mais surpreendentes, uma vez que o número de visitantes nas atrações da Disney ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
Para que a mágica de diminuir a quantia de clientes e aumentar o lucro seja alcançada, a tática foi elevar consideravelmente os preços e começar a cobrar por recursos e serviços que eram gratuitos. E, acreditem se quiser, a estratégia não mudará. Os preços de ingressos e restrições são colocados sobre a frequência com que as pessoas podem visitar o parque e quando elas vêm representam um fluxo direto da demanda.
E quando isso é demais? A própria demanda dirá. O CEO da Disney, Bob Chapek, não esconde que a estratégia é ter um menor número de visitantes e tirar mais grana daqueles que são clientes. A lógica é igual a das companhias aéreas: quanto mais demanda, maior será o preço cobrado. E todos os dias existe uma variação, o que torna ainda mais complicado planejar a viagem.
Genie+ e seu feitiço nos lucros
Uma das maiores reclamações dos visitantes recentes da Disney é sobre o Genie+. Com lançamento em 2021, o aplicativo custar US$15 por pessoa por dia – algo em torno de R$80 (excluindo entrada) e permite que os visitantes do parque entrem nos brinquedos sem precisar esperar em filas (compostas por aqueles que não pagaram a taxa Genie+).
Como resultado, as filas se tornaram virtuais e os tempos de espera caíram drasticamente, melhorando muito a experiência do brinquedo. A desvantagem é que o número de usuários é limitado e o Genie+ deve ser adquirido à meia-noite do dia da visita. Depois disso, você só poderá agendar sua primeira atração às 7h. E a segunda atração só pode ser reservada depois da primeira, e assim sucessivamente.
Graças ao Genie+, as pessoas, em especial os brasileiros, podem ir a mais lugares do que nunca quando visitaram o Genie+. Mas um detalhe importante é que, para “reduzir” as filas nas atrações mais populares, incluindo as atrações de Star Wars e Guardiões da Galáxia, as pré-encomendas agora custam entre US$10 e US$17, mesmo que você pague pelo Genie+. Além disso, se você não tiver o Genie+, os tempos de espera nessas atrações populares serão maiores do que no passado.
O ‘camarote’ dos parques da Disney
A dinâmica do parque mudou tanto que indústrias paralelas surgiram entre os turistas brasileiros ricos e impacientes. Recentemente uma pessoa pagou US$700 (R$3.600) por dia para um guia de turismo cuidar de todos os “detalhes” do parque no dia da visita. Obviamente, este é o modelo de cliente ideal para a Disney. Afinal, quanto mais tempo livre ele passa no parque sem enfrentar filas, mais dinheiro ele gasta.
De certa forma, a elite brasileira recriou o conceito de camarote na Disney. Aqueles que podem pagar contratam especialistas a preços premium para criar uma experiência “diferenciada”. Mas, quem não gosta disso são os americanos que visitam incansavelmente o parque. A multidão que comprou um passe anual e tinha acesso regular a todos os parques ficou indignada. Visto que os passes estão cada vez mais restritos, limitados e caros. Os resorts do grupo também aumentaram significativamente os preços.
Streaming tem apresentado prejuízo
O streaming, uma das grandes apostas para a gestão da Chapek, e, apesar do forte crescimento de assinantes, superando a Netflix no último trimestre, perdeu o charme à medida que o mercado passava pela maior crise de sua história. Dito isso, o aumento da concorrência no setor desacelerou o crescimento do usuário e aumentou os custos.
Aliás, o streaming parece estar se tornando a maçã venenosa da estratégia da Disney. As perdas ainda são enormes, e a receita da empresa por assinante de streaming é muito menor do que seus rivais. Maiores custos de programação, produção, tecnologia e marketing explicaram a perda, embora a receita de assinatura tenha sido maior devido a preços mais altos e crescimento de assinantes.
Chapek disse recentemente em uma conferência que a Disney deveria consolidar suas marcas de streaming em uma plataforma. Dito isso, Star, Hulu e ESPN podem estar migrando em breve para o Disney+. No caso do Disney+, para que isso aconteça, a Disney terá que comprar uma participação de 33% no Hulu, que ainda é de propriedade da Comcast, o que deve acontecer em 2024.
E no futuro?
E sobre o aumento de preços no futuro? Embora a companhia tenha implementado um grande aumento de preços já este ano, Chapek já anunciou que não esperava uma elevação no cancelamento das assinaturas; assim, indicando que podemos ter mais aumentos em breve. Segundo o CEO, o mercado suportará o aumento, e o preço cobrado pelos serviços estão bem abaixo do valor que está seno entregue. Agora precisamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…
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