Preço da Gasolina; entenda como fica com o efeito ICMS

Quer saber como o ICMS influencia o preço da gasolina, cumulatividade dos tributos e muito mais? É só acompanhar nosso artigo até o final. Você não pode perder!

Uma queda repentina no preço da gasolina (a nível global) no último mês não trouxe só flores. Pois é. Essa queda prejudicou um pouco os lucros das refinarias; visto que os estoques nos principais centros comerciais pelo mundo sofreram elevação; enquanto isso, as exportações em potencial da Índia e da China também aumentam a pressão quanto aos estoques em crescimento.

Dessa forma, as refinarias serão obrigadas a cortar a produção de combustíveis para se proteger contra perdas e, assim, passar a produzir gasolina um tanto quanto mais lucrativa. É o que dizem os traders. No entanto, a demanda do verão também está sofrendo pelos preços que estão nas bombas de combustíveis da Europa e dos EUA; sem falar da instabilidade e diminuição da demanda sazonal em certas áreas asiáticas.

Até onde vai o preço da gasolina?

Depois que a Petrobras (PETR4) fez seu reajuste final do preço do combustível em 17 de junho, seu impacto levantou mais perguntas do que respostas quanto ao preço da gasolina e até onde vai sua alta? Mas a redução do ICMS em grande parte dos estados causou a diminuição do preço da gasolina em 8,9% entre 3 a 9 de julho. O preço médio nacional passou de 7,13 reais para 6,49 reais – o litro. Por outro lado, o diesel, que não se beneficiou do limite do imposto, teve uma ligeira queda de 0,4%.

O preço mais alto da gasolina comum foi de 8,52 reais por litro em Crateús, no Ceará, e o mais barato foi 5,22 reais em Macapá, no Amapá. O preço médio da gasolina no país caiu R$0,90, revertendo a tendência de alta apresentada desde o início do ano. O estado com o menor preço médio da gasolina regular por litro foi o Amapá, a 5,54 reais. O estado com maior média analisada foi o Piauí, com 7,25 reais.

Como esperado do aumento, a resposta não foi boa. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram de 6% a 7% no dia do anúncio, sem contar os extensos comentários do governo Bolsonaro, que está prestes a demitir o presidente-executivo da empresa. A virada dos acontecimentos foi drástica, mas não está nem perto do fim…

Defasagem no valor do petróleo e dos combustíveis

O ajuste da Petrobras ao combustível deveu-se a uma defasagem nos preços do mercado internacional, uma vez que os preços do petróleo subiram, refletindo o aumento da demanda e o fechamento de refinarias durante a guerra no Leste Europeu. Pode ser uma boa ideia alinhar os preços domésticos com os do Golfo do México, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Afinal, vale lembrar também que com a maior parte da carga vem do Golfo, a gasolina e o diesel deveriam subir R$0,57 e R$1,37, respectivamente, já que a defasagem foi de 13% e 21%, respectivamente. A Petrobras usa o barril de Brent como referência; sendo assim, o foco está no preço dessa commodity. Segundo a gerente da CFA e da Oby Capital, Marina Braga, os preços caíram para o nível de US$65.

Mas mesmo antes que as previsões caiam, os valores globais do petróleo provavelmente se estabilizarão. Por que? É bem simples. Isso acontece justamente por causa da maior probabilidade de recessão nos EUA, aliada à economia já estagnada na zona do euro, outras commodities seguirão esse caminho.

Ruídos indesejados da Petrobras

João Beck, sócio da BR Advisors e economista, acredita que os altos preços do petróleo, aliados ao impacto do período eleitoral, têm gerado muitos ruídos indesejados por parte da Petrobras, principalmente quando se trata do aumento do preço da gasolina. Ele observou que a estratégia de privatização da Petrobras, além de abrir mais o mercado à concorrência, também eliminou o aumento do custo político do combustível.

Outro aspecto importante a ser considerado quando se fala em petróleo é a guerra em curso entre a Ucrânia e a Rússia, que interrompe as cadeias de suprimentos globais, já que a Rússia é um dos maiores produtores mundiais. Para Idean Alves, sócio e head de trading da Ação Brasil Investimentos, ainda é cedo para entender isso até o final de 2022, mas há uma chance de que o Brent volte aos patamares abaixo do dólar de 100.

Preço da gasolina e do diesel traduzidos na inflação do Brasil

Um fator importante que devemos considerar no aumento do preço da gasolina é a dramática inflação na economia mundial. No Brasil, o Banco Central vem adotando uma política restritiva de combate à inflação; ou seja, além de controlar a inflação e a circulação da moeda, visa também reduzir o alto crescimento do mercado econômico. O IPCA subiu 0,47% em maio, ante 1,06% em abril e 0,83% em maio do último ano.

O mercado reagiu bem aos dados no início de junho, com ganho de 0,60% na previsão do consenso da Refinitiv e ganho de 11,84% para o período de 12 meses. O IPCA apresentou alta de 0,67% em junho em relação a maio, principalmente em função do aumento dos preços dos alimentos. No acumulado anual, a inflação é de 5,49%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 11,89%. Regionalmente, houveram variações positivas em todas as áreas do IPCA em junho.

O decreto de redução da alíquota do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica já começou a se refletir na inflação em junho, mas o impacto deve ser maior nos próximos meses. Em junho, o IPCA apurou preços mais baixos para gasolina, etanol e energia elétrica. Juntos, os três ajudaram a manter a inflação sob controle em 0,15 ponto percentual. Porém, enquanto a Petrobras mantiver sua política de preços atrelada à paridade internacional, o impacto do reajuste do petróleo continuará afetando aqui.

Redução do ICMS

Marina Braga, gestora da Oby Capital, empresa do setor de investimentos, ressalta que o governo vem apresentando tentativas de passar alguns projetos, como, por exemplo, desoneração de tributos sobre os combustíveis e o preço da gasolina.

Isso, inclusive, deve apresentar um alívio para a inflação a partir da hora em que sua implementação for concluída. Além do mais, vale lembrar que o presidente aprovou a PLP 18/22; o que deve trazer alívio para a inflação nos últimos meses do ano de 2022.

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