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Problemas no Paraíso: onda de demissões e crise nas Startups.

Depois do auge, o cenário é de problemas no paraíso. Startups passam por “repriorização” devido à queda de captação com investidores, e demissões têm sido o alvo comum. Saiba mais!

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Fonte: Google

As startups ganharam mais força e notoriedade nos últimos anos. Principalmente no auge do período pandêmico. Contudo, parece que o cenário atual é de problemas no paraíso. Depois do sucesso das jovens e inovadoras empresas, que recentemente chegaram a faturar consideráveis milhões e até bilhões, os unicórnios brasileiros – como são chamadas as startups avaliadas em US$1 bilhão ou mais – enfrentam crise.

A raiz do problema é que, agora, a captação de investimentos não está tão favorável como antes. Desta forma, o dinheiro escasso leva essas empresas a tomarem medidas que visam enxugar os gatos. Consequentemente, as demissões têm sido alternativa em comum, visto que a folha de pagamento consome grande parte dos custos dessas empresas.

Quinto Andar, Facily e Creditas – demissões nos unicórnios brasileiros

Em reunião para anunciar qual seria o foco em 2022, a startup Quinto Andar anunciou aos seus funcionários que o novo ano seria focado em “eficiência”, diferente do ano anterior quando o lema era “foco no cliente”. Essa repriorização está acontecendo em diversas empresas em que os investidores estão escassos. Agora, a eficiência e rentabilidade são as maiores prioridades.

Nesse contexto, as demissões acontecem como conseqüência, visto que pelo grande crescimento no auge da pandemia, as startups tiveram que expandir a equipe de colaboradores, e assim, a folha de pagamentos também aumentou consideravelmente. No entanto, a captação com investidores está mais difícil e mais cara. Por isso, o momento agora é de reduzir os custos, e um dos alvos para melhorar as margens tem sido as demissões.

Da mesma forma, a plataforma Facily, também sofre uma onda de demissões, se tornando a startup que mais demitiu funcionários. No geral, foram mais de 300 colaboradores demitidos somente em abril de 2022. Além disso, a empresa encerrou contrato com a terceirizada onde havia 900 funcionários a serviço da plataforma. Entretanto, nem todas as plataformas apresentam números tão expressivos. Na Creditas, por exemplo, as demissões foram menores, e os motivos podem estar relacionados à adoção do trabalho híbrido.

O problema se estende às empresas tech internacionais

A onda de demissões nas empresas de tecnologia não atinge somente o Brasil. Afinal, startups internacionais também estão passando não só por demissões, como também por congelamento de novas contratações. De acordo com a Crunchbase, apenas em uma semana houve 43 reportagens que abordaram o tema “demissões”, no último mês de maio, nos Estados Unidos, mostrando que o problema talvez seja maior do que imaginamos.

Uma dessas empresas é a famosa Netflix, que somou 150 demissões. Também podemos citar a Meta, responsável pelo Facebook, que já definiu o congelamento de contratações até o fim de 2022, na área de engenharia, tal problema ocasionado pela “queda generalizada” nessa indústria. Além disso, a plataforma Uber afirma que no momento as contratações serão mais seletivas e menores, em decorrência do mercado apresentar uma “mudança sísmica”.

Diante deste cenário, o que se espera é que os próximos meses, trimestres e até o findar deste ano, continue uma instabilidade para quem atua na indústria de tecnologia. Pois, seja nas empresas brasileiras ou nas empresas internacionais, o problema em relação às demissões e contratações está diretamente ligado aos problemas econômicos que as empresas tecnológicas enfrentam nos dias de hoje.

Quais as causas dos problemas no paraíso?

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Fonte: Google

Afinal, qual o real problema que as empresas de tecnologia como fintechs e startups estão enfrentando? /a questão é que acorreu uma mudança  considerável de cenário para essas empresas de 2021 para 2022. Pois, até então, essas startups contavam com taxas de juros mais baixas e grande volume de consumidores interessados em experimentar e consumir os seus serviços e produtos. Consequentemente, este cenário foi muito favorável em relação à captação de investidores.

No entanto, como nem tudo são flores, o cerco começou apertar neste ano. Inclusive, os governos subiram as taxas de juros, em diversos países, incluindo o Brasil. Também, muitos investidores passaram a ter a renda fixa com opção mais segura e atrativa. Principalmente, devido às instabilidades, como por exemplo, a guerra entre os países Rússia e Ucrânia, entre outros riscos.

Por que as demissões são usadas como estratégia?

As startups costumam ter a folha de pagamentos e a aquisição de novos usuários como maiores custos. Por isso, as demissões de colaboradores têm impacto direto na receita dessas empresas. Sendo assim, quando é preciso tomar medidas emergenciais para preservar o caixa da empresa por um tempo maior, as demissões é uma alternativa comum entre elas. Principalmente após uma onda de contratações expressivas.

Essas empresas, normalmente tomam decisões de forma rápida, e vão ajustando os problemas na medida em que vão surgindo. Talvez isso possa explicar essas demissões. Pois, o ritmo das contratações foi intenso nos últimos anos, podendo ter havido exageros nesse sentido. Agora, não há como sustentar esse descompasso, e assim as demissões se torna uma estratégia para conter os custos.

Contudo, especialistas afirmam que essa estratégia é perigosa quando é vista como uma espécie de atalho para melhorar as margens em curto prazo. Primeiramente devido ao impacto financeiro para custear os direitos trabalhistas. Depois, e principalmente, por causa do impacto que isso pode causar na equipe, na operação e na marca. Sendo assim, é importante primeiro estudar as alternativas de cortes e realocações disponíveis.

A nova economia e os problemas no paraíso

A escassez do dinheiro pode servir para que os empreendedores foquem em métricas financeiras importante para qualquer que seja a empresa. Desta maneira, esse momento pode ser visto como um amadurecimento para o mercado das startups. Ou seja, é um momento em que a nova economia se depara com os tradicionais dilemas que sempre houve na velha.

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Graduada em Letras, redatora com foco em finanças e notícias.