Ferramenta de buscas Google adia fim de rastreio online do Chrome

A ferramenta de buscas Google está desenvolvendo uma mudança relevante, para os usuários, em sua tecnologia de navegação na internet. Saiba mais aqui!

Recentemente, a ferramenta de buscas Google divulgou que não bloqueará completamente os cookies de rastreio online até 2023. A mudança estava prevista para janeiro do próximo ano, mas com essa decisão, será adiada por quase 2 anos a iniciativa nomeada The Privacy Sandbox que busca uma internet mais segura, mais privada e mais sustentável, porém, sem restringir as propagandas digitais.

Através de um comunicado divulgado no site da companhia, o Google relatou que mesmo que a iniciativa esteja progredindo de maneira considerável, é preciso mais tempo para a implementação dessa mudança. O avanço precisa ser em um ritmo mais tranquilo, fornecendo tempo suficiente para o debate público sobre as melhores soluções e a migração de serviços dos editores e da indústria de publicidade, afinal, é um susto para todos que dependem dos anúncios da plataforma.

MUDANÇAS PREVISTAS PARA 2023

Ao invés de ser implementada em 2022, a mudança deve ocorrer de maneira gradativa durante 3 meses de 2023 e, até o fim do mesmo ano, finalizada. De acordo com a ferramenta de buscas Google, o atraso aconteceu pela necessidade de acordar toda a regulamentação com a CMA, o órgão regulador de concorrência da Grã-Bretanha.

Podemos comparar as funções exercidas por tal órgão com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), do Brasil. Além do mais, o Google precisará trabalhar em conjunto com a indústria de anúncios e publicidades para a criação de novas tecnologias para suprir os cookies, já que, tal mudança afeta exatamente esse setor que é extremamente importante.

Por exemplo, no último trimestre do ano passado, a big tech recebeu US$46,2 bilhões com publicidade digital, em torno de 82% de sua receita. Ficou curioso e quer saber um pouco mais sobre essa mudança? Confira nossa análise e entenda tudo!

O BLOQUEIO DE COOKIES NO CHROME

Primeiramente, você sabe o que são cookies? Eles são pequenos arquivos gerados pelos sites que visitamos no computador, através do nosso navegador de pesquisa. Tais arquivos incluem informações de identificação dos visitantes dos sites, seja para a personalização das páginas ou para simplificar o transporte de informações entre as páginas do mesmo website. Os cookies tornam sua experiência mais clara e fluida.

Analisando isso, temos os dois lados da moeda! Por um lado, parece – e realmente, é! – algo bem curioso e animador para os usuários, por outro lado, foi o que causou todo esse debate sobre privacidade. Então, a partir do momento que a Google resolveu parar de utilizar esse tipo de tecnologia em seu navegador, as AdTechs (plataformas de tecnologia para análise e administração de publicidade) e o Chrome sofreram um choque.

 Mas e o que isso tudo quer dizer? De uma forma mais simples, isso significa que o principal elemento para as que as AdTechs consigam criar anúncios de maneira otimizada e garantir resultados melhores para seus clientes, o que, consequentemente, captura maiores rendimentos, estaria deixando de existir, com a decisão da ferramenta de buscas Google.

E DEPOIS?

Ao mesmo tempo em que a escolha da ferramenta de buscas Google, que impacta de forma direta os milhares de anunciantes em todo o mundo, poderia parecer como mais um caminho andado para alcançarmos maior privacidade pra os usuários da internet, a pauta entrou em debate em duas direções.

A Google possui mais de 80% dos seus lucros vindos de anúncios, então, ao divulgar que não utilizaria mais os cookies como forma de rastreio online, as gigantes da tecnologia acreditam que a plataforma de pesquisas tenha encontrado outro método que seja tão bom quanto este. Afinal, convenhamos que as gigantes da tecnologia, como qualquer outra companhia, estão buscando crescimento e lucro.

Então, se a ferramenta de buscas Google encontrou uma solução tão lucrativa quanto a utilização de cookies e sem a necessidade do uso de tantas informações de seus usuários, algo está estranho. E a partir daí, os reguladores e o mercado vão em busca de algumas respostas.

PRESSÃO SOBRE A FERRAMENTA DE BUSCAS GOOGLE

Essa questão nos leva a outro problema – que, inclusive, já falamos aqui no blog! – os monopólios do setor tecnológico que estão se formando em torno de empresas como Amazon.com, Apple, Facebook e a própria Google. E, com essa ação, a Google criaria uma barreira competitiva para aquelas companhias que dependem de publicidades, pois elas estariam limitadas aos dados e referências, se sujeitando a big tech.

Enfim, com todos esses fatores, a ferramenta de buscas Google sofreu uma pressão para não continuar seguindo este caminho, pelo menos não imediatamente. Com o anúncio dos planos adiados de 2022 para o final 2023, ações como a Trade Desk (TDD na Nasdaq) sentiram um grande alívio, pois os ativos aumentaram quase 20%.

Acredito que o mais engraçado dessa situação seja a dificuldade em implementar uma mudança, se tratando de uma gigante da tecnologia, mesmo que seja uma melhoria para seus usuários. Já que, teoricamente, o fim da utilização dos cookies significa mais privacidade para aqueles que navegam pelo Google Chrome.

PARA FINALIZAR

Mas, de qualquer forma, não podemos esquecer que essa atitude da ferramenta de buscas Google representou perigo e ameaça para diversas empresas que dependem das propagandas, como também levantou dúvidas sobre qual a alternativa pensada pela big tech para manter os anúncios e publicidades com um desempenho tão bom quanto os de hoje.

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